CUIDADO COM A AVAREZA!
E ele disse-lhes: "Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de alguém não consiste na abundância do que possui." (Lucas 12:15)
Qual é o lugar dos bens materiais na vida de um cristão? De que forma ele deve tratar o dinheiro, os bens e as posses? O Senhor Jesus falou sobre essas questões quando foi questionado por um homem para intervir em uma disputa familiar sobre uma herança. O Senhor recusou-se a intervir no caso (Lucas 12:14), mas aproveitou o incidente para falar sobre o papel dos bens materiais nesta vida.
Aqueles que possuíam bens materiais receberam um aviso do Senhor para estarem atentos à avareza (Lucas 12:15). A avareza ou ganância é o desejo ou ambição excessiva de ter cada vez mais. Após alertar os discípulos sobre isso, o Senhor continua: eles não devem pensar que a vida de uma pessoa é resumida pelas coisas materiais que ela possui (Lucas 12:15b).
O homem que havia pedido a intervenção de Jesus estava pensando apenas na sua parte da herança. Na verdade, ele interrompeu Jesus no meio de um sermão para apresentar seu pedido! Isso não é uma imagem típica da igreja e da sociedade modernas? As pessoas estão tão dominadas por questões financeiras e materiais que frequentemente não ouvem ou entendem a mensagem de Jesus.
Para ilustrar seu ensinamento, o Senhor contou-lhes uma parábola sobre um homem rico que era um tolo (Lucas 12:16-21). Do ponto de vista materialista, no entanto, esse homem era muito sábio e não um tolo. Ele havia enriquecido (v. 16-17). Ele tinha visão (v. 18). Ele planejava se aposentar e viver com sua renda e desfrutar da vida (v. 19).
Não é essa a imagem do homem e da mulher modernos? Não é esse o plano de vida que até muitos cristãos têm adotado? O que poderia estar errado com isso? Afinal, o homem rico da parábola não era desonesto. Ele enriqueceu às custas do trabalho árduo e das colheitas de seus próprios campos. O que há de errado em se preparar para o futuro?
O problema com aquele homem rico não era o fato de ele ser rico ou desonesto. Não era o fato de ele estar planejando para o futuro. O problema pode ser resumido em três coisas:
(1) Ele não pensava em mais ninguém além de si mesmo. Nunca lhe ocorreu dar, contribuir, oferecer de sua abundância aos outros.
(2) Ele não pensava em Deus e também não o levava em consideração - observe que Deus está completamente ausente dos planos que ele fez. Ele até poderia ser um judeu praticante, com hábitos religiosos, que ia à sinagoga todos os sábados e seguia as leis dietéticas de Israel e os tempos de orações diárias. Mas ele era um ateu prático.
(3) Seus planos não se estendiam além desta vida - observe que seus planos vão apenas até "muitos anos" (v. 19). Ele não conseguia enxergar que a vida não termina com a morte e que a alma transcende a vida terrena e se projeta pela eternidade. Infelizmente, também há cristãos que fazem planos e se esforçam para garantir seu futuro como se fossem viver aqui para sempre. Eles perderam o senso de eternidade, a vocação de peregrinos neste mundo.
Observe agora a pergunta penetrante que Deus lhe faz: "Louco! Esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?" (v. 20). "A mortalha não tem bolso", diz um antigo provérbio. As riquezas acumuladas não serão úteis além do túmulo. Naquela noite, ele estaria morto e seus herdeiros, no dia seguinte, estariam rindo e desfrutando do que ele ganhou com tanto esforço durante toda a vida.
O ensinamento do Senhor é este: não devemos desperdiçar nossas vidas acumulando bens e posses a ponto de esquecermos de Deus e dos outros. Isso seria avareza. Seria idolatrar o dinheiro. Não é pecado enriquecer e possuir propriedades e bens. Mas é pecado viver apenas para isso e esquecer de Deus e dos outros. O melhor remédio contra a avareza é dar, é contribuir generosamente e regularmente para aliviar o sofrimento dos outros e promover o Reino de Deus neste mundo (1 Timóteo 6:17-19).
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