COMO ENTENDER A EXPRESSÃO 'MINISTÉRIO DA MORTE' EM 2 CORÍNTIOS 3:7?
“E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, se revestiu de glória, a ponto de os filhos de Israel não poderem olhar a face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, ainda que desvanecente”. (2 Coríntios 3:7).
Lendo atentamente todo o capítulo de 2 Co 3, pode-se perceber que Paulo fala de “ministério” e não de “lei”. O termo ‘lei’ não é empregado, o que será fundamental para nossa análise do texto, pois se o mesmo não mencionando a lei de Deus, então não podemos dizer, que a mesma tenha sido abolida.
“O apóstolo estabelece vários contrastes entre os concertos, que, em resumo, são os seguintes:
VELHO CONCERTO => NOVO CONCERTO
1. “ministério da morte” =>1. “ministério do espírito”
2. “ministério da condenação” =>2. “ministério da justiça”
3. “letra que mata” =>3. “espírito que vivifica”
4. “foi abolido” =>4. “permanece”
5. “em glória” =>5. “em excelente glória”
6.Está fora do homem IICo3:6 =>6.Está dentro,é do espírito 2Co3:6
PORTANTO, O VELHO CONCERTO ERA MINISTRAR ELEMENTOS SIMBÓLICOS QUE APONTAVAM PARA A REALIDADE FUTURA (JO 1:29; MT 27:51) E O NOVO CONCERTO É UM CONCERTO DO ESPÍRITO (2 COR 3:6) .
VAMOS ANALISR ESTES CONTRASTES, PARA MELHOR ESCLARECIMENTO
“1 e 2. Que vinha a ser este “ministério da morte” ou “ministério da condenação?” Certissimamente não significa ‘lei’, porque ministério ou ministração jamais foi sinonimo de lei. Uma coisa é a ministração de uma lei, outra coisa é a lei em si mesma.
A ministração, ou ministério, nada mais é do que os meios pelos quais a lei é aplicada, ensinada e vivida, só a má vontade a podem confundir. Portanto, está fora de dúvida que o “ministério da morte” ou “ministério da condenação” refere-se inequivocamente ao antigo ministério ou ministração da lei que fora “gravadas com letras em pedra” – ou seja o concerto com base no decálogo, concerto este que, pela incapacidade dos israelitas, encontrou a realidade nos atos de Cristo em nosso favor, tendo final com a morte do Cordeiro.
Ao novo concerto, em contraste, Paulo chama de “ministério do espírito” ou “ministério da justiça”. Salta à evidência que, em linguagem vívida e comparativa, o apóstolo procura demonstrar que Cristo e o Seu ministério são a glória refulgente, ao lado da qual a glória do ministério dos tempos anteriores empalidecia e desaparecia.
O livro de Hebreus está cheio desses contrastes, livro que fora escrito para os crentes judeus, os quais até aceitarem Cristo criam naturalmente que a glória do Sinai – a ministração (ministério) da lei divina pelos sacerdotes, levitas e governadores – era a última palavra no plano celestial. No entanto, viam depois que a glória de Cristo a superava em muito.
“É evidente também que a metáfora comparativa “tábuas de pedra” e “tábuas de carne do coração” é indicativo do contraste entre os dois concertos.
Compare-se cuidadosamente com Jer. 31: 31-34 e Ezeq. 11:19 e 20. Mas não se pode encontrar aí a mais leve alusão à ab-rogação(anulação) da lei de Deus. Convém lembrar também que há expressões na Bíblia que devem ser entendidas pelo que de fato significam e não tanto pela forma das palavras.
Por simples figura literária, o ministério da lei no velho concerto é denominado de “morte” ou “condenação”, isto porque a transgressão da lei (pecado) tinha o seu salário de morte ou condenação. Também nos dias de Eliseu, certa vez, os filhos dos profetas ajuntaram-se em torno da “panela grande” em que se cozeu colocíntide.
Evidentemente eram ervas venenosas porque os que as comiam clamaram: “Homem de Deus, há morte na panela”. II Reis 4:38-40. Em linguagem exata, queriam dizer que havia algo no interior da panela que iria causar a morte, mas, trocando a causa pelo efeito, gritaram, expressando-se daquela forma. Mas fácil é encontrar-se o sentido. Basta ser sincero, e querer descobri-lo. Assim a relação de Paulo com as “tábuas de pedra”.
3. Consideremos a “letra que mata”, em contraste com o “espírito que vivifica”. Um ministério de lei, baseado em sua letra, resulta somente em morte para os seus transgressores; mas um ministério de lei, baseado na justiça de Cristo através da ação do Espírito no coração do pecador, resulta em vida.
O primeiro ministério foi letra morta, por inadimplemento por parte do povo; o último, espírito que vivifica, por ser Cristo que habilita o homem a obedecer. Sempre em foco os dois concertos. Nada sugere a abolição do decálogo.
4. Quanto ao que “foi abolido”, o versículo 14 diz, no original, que foi o velho concerto (diatheke) e não a lei de Deus. O novo permanece. Se a Bíblia diz que permanece, é porque permanece mesmo, queiram ou não os inimigos da verdade. Não se desmente a Palavra de Deus com malabarismos exegéticos. Nada é aqui afirmado com relação ao decálogo.
5. Finalmente, com relação à “glória” mencionada por Paulo, diz respeito à glória proporcional aos dois ministérios. A justiça divina refulgiu de modo terrível no monte Sinai, quando foi solenemente proclamada a lei. Deus era ali no Sinai um fogo consumidor.
Porém, quão incomparavelmente maior, infinitamente maior, a glória de Deus jorrando sobre a terra seus raios vivificantes, quando Cristo desceu para “salvar o povo dos seus pecados”.
Ver Mateus 1:21 "Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados.
A última “glória” empalideceu a primeira. Aquela primeira – que produziu reflexos no rosto de Moisés – foi abolida, superada que foi pelo resplendor inigualável da segunda. Claramente diz a Bíblia que o véu foi posto no rosto de Moisés, e não nas tábuas da lei. Era a sua face que brilhava, não as tábuas; e foi o brilho do seu rosto que feneceu, não o decálogo.
“Comentando este capítulo, escreveram os eruditos e fundamentalistas Jamieson, Fausset, na Brown: ‘A lei moral do dez mandamentos, sendo escritas pelo dedo de Deus, é tão obrigatória agora como sempre o foi; mas ainda sob o evangelho com espírito de amor, do que sob a letra de uma obediência servil; agora com espiritualidade muito mais intensa e mais profunda (S. Mateus 5:17-48; Rom. 13:9)’.
“PORTANTO, II CORÍNTIOS 3 REAFIRMA A VIGÊNCIA DA LEI !"
Veja que o Novo Concerto não abole o decálogo. O fato de estarmos na Nova Aliança não termina com o mandamento de Deus. Leia:
“Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o SENHOR: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo”. (Jeremias 31:33).
“Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor: na sua mente imprimirei as minhas leis, também sobre o seu coração as inscreverei; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo”. (Hebreus 8:10).
Percebeu? No Novo Concerto não guardamos a lei “na letra”, mas no espírito, ou seja, de coração, interiormente. Na Nova Aliança a lei será escrita por Deus em nossa mente e coração para obedecermos automaticamente, através da comunhão com o Criador.
Onde nestes textos vê –se a abolição da lei só porque estamos na Nova Aliança? Ora, se no Novo Concerto a lei será escrita no ‘coração e na mente’, como pode ser anulada? O Novo Concerto reafirma a lei de Deus; põe a lei de Deus em uma nova perspectiva, que não é a de salvar mas sim direcionar a vida do crente para que se afaste do pecado e torne para Deus. Na Nova Aliança a lei brota do coração porque foi o Espírito Santo quem a colocou ali; não é como na Velha Aliança cuja obediência era pela “letra da lei” (e não interiormente), apenas exteriormente.
“Um estudo cuidadoso de ambos os concertos revela que a diferença entre eles não estava na lei, mas sim em como a humanidade se relacionava com a lei...
A lei foi escrita em tábuas de pedra durante o antigo concerto. Sob os termos do novo concerto, está escrita no coração. Em Hebreus 8:10, Paulo usa as palavras de Jeremias para o novo concerto, explicando que agora a lei está escrita, não em pedras, mas “porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração”. Ele não aboliu a lei, nem a modificou. Ele a escreveu nas mentes daqueles que O seguem”.
FONTE: SOU + JESUS IASD